sábado, 24 de julho de 2010

Que a vida compense, e que seja feliz

A música que vão ouvir é brincadeira
Vampiros não existem
mas, sim, existem de outra maneira
Alguém suga coisas em você e em mim
A morte é igual, falsa e verdadeira
Mãe do início, avó do fim
Que seja a morte o fim da esperança
A morte é o beijo que ficou sem graça
É a velha que já não dança
É quem não gosta de você de graça
É o ciúme que devora e cansa
É a paixão que te incendeia e passa
A morte é a família que te odeia
É a inveja de quem você adora
Como um sangue que sabota a veia
É a tua espera quando alguém demora
É o amigo lá da tua aldeia
Que esqueceu onde você mora
Que seja a morte a morte de quem você quer bem
É o vício de quem espera a sorte pra quem a sorte nunca vem
É a morte de quem vem do Norte e passa a vida esperando o trem
É o pai que não diz que te ama
Pra alguns é o fim do carnaval
Alguns batizam de Nirvana
Pra alguns, Castelo de Vestal
Pra mim é quando alguém me engana
Pra alguns é só ponto final
A morte é o quadro-negro com saudade da mão com giz
Pra alguns é a dor
Pra outros, sossego
A platéia vazia é a morte da atriz
Por fim, é um brinde a viver sem medo
Que a vida compense
E que seja feliz.

Oswaldo Montenegro

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